Psicologia do trânsito
Introdução
Tradicionalmente, o sistema de trânsito é considerado em termos de três componentes: o ambiente físico, o veículo e o condutor. Todo trânsito supõe do deslocamento de pessoas e veículos, e se realiza através de comportamentos. O trânsito é um conjunto de comportamentos-deslocamentos num sistema de normas que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes
Muitos ganhos de segurança têm sido conquistados pela redução das consequências de acidentes, através de melhorias do ambiente rodoviário e dos veículos. Como exemplos de tais medidas, destacam-se a introdução de barreiras de colisão nas rodovias, cintos de segurança e veículos que não se deformam na colisão. De fato, a maior parte da redução das mortes por acidentes nas estradas, em países industrializados, pode ser atribuída às referidas medidas. Em contrapartida, bem menos progresso tem sido alcançado em melhorias do potencial de segurança do próprio condutor. Na circulação humana, o comportamento do condutor é, sem duvida, o mais importante fator contribuinte de acidentes, pois estima-se que 90% das ocorrências sejam causadas por erros ou infrações as leis de transito. O estudo do comportamento do condutor não foi, no passado, o território de psicólogos, cuja tendência visava a seleção dos motoristas, mas sim fonte de estudo de engenheiros e profissionais de ergonomia.
A Psicologia do Trânsito surgiu como consequência de numerosas pesquisas em dezenas de institutos, laboratórios e centros de pesquisa nas últimas duas décadas. Podemos defini-la como o estudo científico do comportamento dos participantes do trânsito.
Este comportamento, aparentemente simples, é na realidade bastante complexo. Ele pode incluir processo de atenção, de detecção, de diferenciação e de percepção, a tomada e o processamento de informações, a memória a curto e a longo prazo, a aprendizagem e o conhecimento de normas e de símbolos, a motivação, a tomada de decisões bem como uma