Psicologia da sexualidade - artigo schopenhauer
Belém
2011
INTRODUÇÃO
Neste trabalho demonstrarei a visão de Arthur Schopenhauer (1788-1860) sobre a sexualidade, ou melhor, sobre o amor sexual em que por mais pura e sincera seja a demonstração de amor aos moldes romântico e clássico, não passa instintivamente de desejo, ou mais filosoficamente, fazendo uso do termo caro em Schopenhauer, da Vontade. Para o filósofo, não existe amor sem sexo, sendo que o primeiro é mero instrumento da natureza para servir aos desígnios da verdadeira Vontade, ou seja, o homem é puro instinto mascarado com a razão e com ilusões que embelezam o impulso sexual. Também irei expor brevemente aqui uma possível co-relação entre Schopenhauer e Freud (1856-1939), no que diz respeito à teoria da sublimação, tendo por base as obras do filósofo e um artigo do professor Jair Barbosa[1].
DO AMOR SEXUAL
Para Schopenhauer há a existência do amor, desde que seja visto como um amor sexual. Na sua visão o homem não tem controle, ou melhor, consciência de fato da sua totalidade, de sua vontade sexual, na medida em que o foco do sexo é a Vontade na sua estrutura literal, pois o mundo é Vontade representativa, “o mundo sendo aquilo em que ela se objetiva, para se representar a si mesma, é o espelho no qual ela se contempla” [2]·. Vontade é a roda que move o mundo, há Vontade em toda e qualquer ação do homem, consciente ou não, e tal “engrenagem” para o filósofo de fato não pode ser conhecida, e esta não sendo conhecida, o amor sexual, o verdadeiro instinto do homem, também não poderá; “resulta que o impulso sexual é o mais veemente de todos os apetites, o desejo dos desejos, a concentração de toda nossa vontade” [3] ou como afirma Jair Barbosa “Não, o amor existe. Uma investigação mais apurada revelará: ele nada mais é do que o impulso sexual” [4]. A coisa em si do mundo para Schopenhauer é a Vontade e esta em seu ímpeto cego, se dá no homem através de seu impulso sexual que o é em sua totalidade algo