Psicologia da Educação
Sobre a Psicologia da Educação1
Sônia da Cunha Urt
A Psicologia tem sido alvo de uma série de críticas quanto à sua utilização na Educação, críticas estas que denunciam seu caráter ideológico e psicologizante, a distância entre seu conteúdo e a prática escolar, e a descontextualização e abstração do homem das suas relações sociais.
Na tentativa de superar o psicologismo, procurou-se compreender o social e apreender o real significado do psiquismo humano. Isto acabou por levar a outra postura reducionista – o sociologismo - que, ao considerar a produção da consciência humana como sendo determinada pelo social com menos peso às relações subjetivas, converteu-se em um componente da ideologia do capitalismo monopolista, tanto quanto o psicologismo, na medida em que não conseguiu apreender o homem - sujeito histórico-social - como totalidade. Ou seja, privilegiando o indivíduo como uma entidade abstrata, ou o social como fonte de todas as determinações, negligencia-se o caráter histórico-social do sujeito, que transforma e é transformado nas relações sociais produzidas na sociedade.
Toda e qualquer postura reducionista peca por isolar e privilegiar apenas um dos aspectos da realidade, percebendo esta de uma forma estática e imutável.
A Psicologia está ainda fortemente impregnada dessa antinomia indivíduo x sociedade e, para tentar superar essa visão dicotômica, faz-se necessário rever os seus pressupostos epistemológicos e as suas marcas históricas.
A Psicologia surge no quadro histórico do capitalismo como a ciência burguesa, que justificará e escamoteará a contradição entre o indivíduo e a sociedade. Estudando o indivíduo desligado de seu contexto histórico e social, a Psicologia acabou por legitimar, através das diferenças individuais que classificam os indivíduos como mais aptos ou menos aptos, a divisão em classes sociais antagônicas na sociedade capitalista.
A Psicologia dita científica parece estar, portanto, a serviço da alienação e serve