Psicologia da Educação- Piaget

CUNHA, M. F. P. C.; VALENTIN, A. S.; LISBOA, D. C. S.; MONTEIRO, E. C. M.; XANDER, P. Indisciplina e a noção de justiça em adolescentes escolares. Educar, Curitiba, n.35, p. 197-210, 2009.

O texto em questão relata um projeto realizado com alguns professores e cerca de 54 jovens de uma cidade no sul do país, todos estudantes da quinta ou sexta série do ensino fundamental, com idades variando de dez a catorze anos, sendo esses adolescentes primeiramente divididos em dois grupos, os disciplinados e os indisciplinados. O objetivo do projeto, baseando-se nas idéias e estudos de Jean Piaget para analisar os resultados finais, é analisar a noção de justiça e quais meios de sanções esses jovens acham mais adequadas, além analisar qual é o conceito de disciplina e indisciplina tanto para os professores quanto para os alunos. As bases teóricas para análise dos dados finais, como já citado no parágrafo anterior, são as teorias de Jean Piaget e seus estudos com jovens na década de 30. Segundo Piaget, há dois tipos de justiça: a retributiva, considerada mais primitiva e baseada em sanções, também classificadas em duas; a expiatória, de caráter arbitrário e acompanhada por um castigo doloroso proporcional a gravidade da “falta”. A outra sanção é a da reciprocidade, tendo como objetivo fazer com que o indivíduo compreenda por si só o significado de sua “falta” através de uma relação direta do indivíduo e das pessoas que o cercam. O outro tipo de justiça mencionado por Piaget é baseado na não-sanção do indivíduo, implicando na idéia de igualdade, sendo que para ele a noção de justiça, seja ela qual for, está diretamente relacionada e determinada pelas relações familiares, sociais e religiosas impostas às crianças. È interessante notar que para os alunos considerados indisciplinados a concordância com as idéias de sanções expiatórias era maior do que com crianças consideradas disciplinadas, o que mostra que não é necessariamente