Psicologia clínica da saúde
Psicologia clínica da saúde
JOSÉ PAIS RIBEIRO (*)
ISABEL PEREIRA LEAL (**)
1. INTRODUÇÃO
2. A PSICOLOGIA CLÍNICA
A importância crescente da actividade dos psicólogos e o esclarecimento através de legislação das práticas das diversas psicologias implica, uma reflexão aprofundada sobre o que é hoje a
Psicologia Clínica, que papel cumpre na sociedade e na relação com outros saberes e outros profissionais. Se nunca é fácil estabelecer conceitos, noções, ideias, sobre actividades simultaneamente científicas e profissionais que emergem e se desenvolvem rapidamente, a Psicologia Clínica parece comportar dificuldades acrescidas já que nunca foi una, nem mereceu consensos, e se estabeleceu de acordo com escolas de pensamento que cada um aceita, e a partir da qual propõe a
«sua» Psicologia Clínica.
Nesta nossa reflexão propômo-nos, a partir da emergência da Psicologia Clínica em geral e em particular em Portugal, reconhecer percursos, traçar linhas de parentesco, mostrar continuidades, descontinuidades e rupturas e, sobretudo, propor aquilo que, do nosso ponto de vista, deverá ser a Psicologia Clínica para os próximos anos. A divisão de Psicologia Clínica da American
Psychological Association (APA), em 1935, declarava que «a Psicologia Clínica tem por finalidade definir as capacidades comportamentais e as características do comportamento de um indivíduo através dos métodos de medição análise e observação e, na base duma integração desses resultados com os provenientes dos exames físicos e história social, fornecer recomendações com vista ao apropriado ajustamento do indivíduo» (MacKay, 1975, p. 75).
Pierón (1968) esclarecia que a Psicologia Clínica refere-se à ciência da conduta humana baseada, principalmente, na observação e análise aprofundada dos casos individuais, tanto normais como patológicos, podendo estender-se aos grupos.
Garfield (1965), na mesma época, define Psicologia Clínica