PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CIVIL
Brasília – DF
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1. INTRODUÇÃO
O interesse pelo tratamento psicológico de doentes mentais pode ser notado desde o fim da Idade Média, período em que a medicina, mais especificamente a psiquiatria, se engatinhava. No livro “A História da Loucura” de Michel Foucault há algumas citações que ilustra e mostra estes primeiros indícios e interesses relacionados aos doentes mentais.
Na verdade, aquilo que para nós já se apresenta como esboço de uma cura psicológica não era assim entendido pelos médicos clássicos que a aplicavam. Desde a Renascença, a música havia reencontrado todas a virtudes terapêuticas que a Antiguidade lhe atribuíra. Seus efeitos eram notáveis , sobretudo, sobre a loucura. Shenck curou um homem “mergulhado em profunda melancolia” fazendo-o ouvir “concertos de instrumentos musicais que lhe agradavam de modo particular” Albrecht também curou um delirante, após ter inutilmente tentado todos os outros remédios, fazendo com que se cantasse, durante um de seus acessos, uma pequena canção que despertou o doente, causou-lhe prazer, levando-o a rir e dissipou para sempre o paroxismo. (FOUCAULT, 1978, p.358).
Em outra passagem do livro de Foucault observa-se que o tratamento na época era diretamente ligado ao fator emocional, onde pessoas despreparadas utilizavam-se de meios não comprovados cientificamente para conseguir amenizar alguns problemas de doentes, trabalhando o fator psicológico do indivíduo.
A maior parte da medicina prática está nas mãos das pessoas nascidas fora do seio da arte, as curandeiras, as damas de misericórdia, os charlatães, os magos, os vendedores de roupas usadas, os hospitaleiros, os monges, os religiosos, os droguistas, os ervatários, os cirurgiões, os farmacêuticos, tratam maior número de doentes e dão mais remédios do que os médicos. (FOUCAULT, 1978, p.359).
Mas, foi no cerne da Psicologia Criminal que a