Psicologa
Durante o século XX o movimento de cuidados paliativos trouxe de volta a possibilidade de reumanização do morrer, opondo-se a idéia da morte como inimigo a ser combatido a todo o custo; ou seja, a morte volta a ser vista como parte do processo de vida, e no adoecimento, os tratamentos devem visar à qualidade dessa vida e o bem- estar da pessoa, mesmo quando a cura não é possível (Kovács,1992).
O desenvolvimento da elaboração do luto envolve caminhos difíceis de serem percorridos. Compreender a morte e chegar a um “acordo” com ela leva o sujeito a passar por trajetórias emocionais significativamente dolorosas. Até o momento final da aceitação da morte, cada pessoa passa por muitos percalços, marcados por avanços e recuos. Em especial com o paciente oncológico: “(...) o ser com câncer é uma unidade biopsicossocial substancial indivisível, indissolúvel e primária” (CAMON, 2002), pois ao ser internado surgem as fantasias, o medo e a ansiedade frente à internação, à doença e à morte.
Historicamente, o câncer é visto como uma doença que leva fatalmente à morte. Apesar dos enormes progressos da medicina nas últimas décadas em relação ao tratamento do câncer, como procedimentos cirúrgicos e farmacológicos e o advento da radioterapia e da quimioterapia, ainda assim ela