psico
PSICOPATOLOGIA E SUBJETIVIDADE SOB O
OLHAR PSICODRAMÁTICO: um líquido azul no horizonte.
Maria é uma jovem de 33 anos de idade, solteira, que, por volta dos 20 anos de idade, iniciou um processo psicoterápico devido crises de pânico, medo de chuva e não andar sozinha pelas ruas, e nem mesmo de ônibus. Havia perdido o pai por morte súbita após um período de separação do casamento, e do mesmo ter se envolvido com uma jovem de idade próxima à sua. Nessa época estava namorando um rapaz que dizia estar envolvido com drogas, e que sabia não ter futuro tal relacionamento, mas não concebia a idéia de terminar o namoro. Após um período de tratamento psicoterápico em grupo, abandonou o processo. Anos mais tarde retorna ao trabalho, novamente em psicoterapia de grupo. O grupo é composto por quatro mulheres e três homens. Havia terminado o namoro, julgando-se incapaz para um novo relacionamento e desenvolvido uma doença auto-imune, chamada de Lupus Eritematoso Sistêmico. Em uma das sessões, ao descrever a reagudização de sua doença, as fortes dores e edemas nas articulações, foi lhe proposto um Psicodrama Interno (nota 1). Fazendo um recorte na sessão, segue seu depoimento a respeito de sua experiência: “A sala esta pouco iluminada, deitei no chão um pouco nervosa e, depois a pedido do Dr. Manoel, tentei relaxar e me concentrar...
Comecei a sentir cada parte do meu corpo individualmente, primeiro os pés, as pernas, as mãos e assim por diante. Neste dia estava com dores nas articulações das mãos, e isso me incomoda muito. Passei então a imaginar como seria o Lupus dentro de mim. Vi claramente o lúpus sendo representado por um líquido, não muito ralo e de cor azul que saía da minha cabeça e descia para todo o meu corpo. Nas partes em que estava sentindo muita dor, e nas áreas lesionadas das mãos, eu sentia uma maior concentração do líquido. A primeira