psico
Perls descreveu a Gestalt-terapia como uma terapia existencial, baseada na filosofia existencial e utilizando-se de princípios considerados existencialistas e fenomenológicos.
Embora a Gestalt-terapia não se tenha desenvolvido diretamente a partir de antecedentes fenomenológicos e existenciais particulares, vários aspectos do trabalho de Perls equiparamse àqueles desenvolvidos em muitas escolas do existencialismo e fenomenologia. A influência destas escolas foi difusa, porém substancial. Em geral, Perls contestava de forma ferrenha a
29
idéia de que se poderia abranger o estudo do ser humano através de uma abordagem científico-natural-mecanicista inteiramente racional, como recomendava o positivismo. A partir disso, Perls associou-se à maioria dos existencialistas, insistindo que o mundo vivencial de um indivíduo só pode ser compreendido por meio da descrição direta que o próprio indivíduo faz de sua situação única. Do mesmo modo, Perls sustentou que o encontro do terapeuta com um paciente, constitui um encontro existencial entre duas pessoas e não uma variante do clássico relacionamento médico-paciente. O primeiro livro publicado por
Friederich Perls, antes mesmo do nascimento da Gestalt-Terapia, foi "The Ego, Hunger and
Aggression"(1942), onde expressa de forma condensada sua crítica à teoria de Freud. A idéia de que mente e corpo constituem dois aspectos diferentes da existência diferentes e completamente separados, era uma noção que Perls, assim como os existencialistas, achavam intolerável. De acordo com suas objeções, assim como não poderia haver cisão entre mente e corpo, abandonou também a idéia da cisão entre sujeito e objeto e, mesmo, a da cisão entre organismo e meio. Ao invés de considerar que cada ser humano encontra um mundo que ele experiencia como sendo completamente separado de si mesmo, Perls acreditava que as pessoas criam e constituem seus próprios mundos. Dessa forma o mundo existe para