Psicanálise
Embora tenha vivido com a mãe por mais de meio século, Anna parece tê-la ignorado quase por completo, enquanto assumia seu lugar como secretária, enfermeira, e principal representante das ideias do pai.
Mas também, as ultrapassou, recorrendo em particular, à experiência de maternalização de seu seco, da qual tanto se esquivou. Especificamente, recorreu a sua experiência de ajudar a criar os filhos de uma amiga da vida inteira, Dorothy Burlingham, e depois, de cuidar das crianças durante a II Guerra Mundial. A primeira experiência fez com que modificasse a visão de seu pai sobre o desenvolvimento infantil, passando a levar em conta sua dependência da maternalização primária.
Sua concepção coincidiu com a descoberta freudiana da psicanálise. Naquele ano, ele e seu mentor, Josef Breuer, descreveram o método de cura pela fala e pela associação livre, especialmente desenvolvido por Freud para tratar dos conflitos psicológicos de mulheres da classe média que cuidavam de pais agonizantes, destino que mais tarde caberia a Anna.
O nascimento de Anna, foi pouco auspicioso. A clinica de Freud estava sofrendo repercussões da cirurgia atamancada de Wilhem Fliess em Emma Eckstein. Freud pareceu decepcionado com o sexo de Anna. Fliess chegou a dizer que, se fosse um menino, teria avisá-lo mais rapidamente. Antes disso, ele se afligia com pressentimentos de morte e, um ano depois, anunciou que sua vida sexual chegara ao fim.
Ao contrario de seus outros filhos, Anna não foi amamentada no seio. E, poucos meses depois de seu nascimento, a mãe viajou em férias sem os filhos pela primeira vez.
Anna apareceu pela primeira vez na psicanálise, na Interpretação do Sonhos, como uma menininha gulosa que pleiteava em seu sono. Mais tarde, Freud enalteceu seus “interesses intelectuais” e sua insatisfação com “as atividades puramente femininas”. Mas não a mandou para escolas que pudessem prepara-las para o ingresso na Universidade. Ela foi para o pequeno Ginásio Público