Psicanálise e trabalho
O presente trabalho visa abordar a relação do mundo do trabalho atual buscando analisar como se apresenta a psicodinâmica da agressividade neste contexto, esta segundo a teoria psicanalítica de Freud, e de seus comentadores atuais. Tal contexto é definido por sociólogos, como Bauman (2001) e Sennett (2008) como problemáticos e com características que seriam nocivos ao trabalhador. Levamos em conta as indicações de Bauman (2001) em considerar o tempo atual como uma “modernidade líquida”, com seus aspectos particulares. Realizamos, como meio de reflexão e análise, a análise do Filme “O Corte” de Costa-Gravas, nos resultados de nossa pesquisa. O presente trabalho constitui-se em um estudo teórico e, portanto, a metodologia baseou-se na leitura, na pesquisa e na análise textual e conceitual em obras delimitadas. Deste modo, abordamos questões concernentes ao mundo na atualidade e ao trabalho através de dois sociólogos atuais - Bauman e Sennet e procuramos compreender as vicissitudes da agressividade, segunda a teoria freudiana, neste contexto. Estes apontam que na atualidade contempla-se um mundo marcado pela flexibilidade universal, onde vivemos sob condições de insegurança, incerteza, instabilidade e falta de confiança agudas e sem perspectivas, condições que influenciam diretamente na vida de cada indivíduo alterando substancialmente suas concepções e valores. Sendo que a incerteza do presente é uma poderosa força individualizadora. Bauman (2001) denomina o período atual de “modernidade líquida”4, para se referir as condições de flexibilidade e incerteza. A sociedade atual, neste sentido, vive na esteira de valores voláteis, egoístas e hedonistas, sem preocupação com o futuro. O modo de vida toma a novidade como boas novas, a precariedade como valor, a instabilidade como imperativo, e a hibridez como riqueza.