Psicanálise e Medicina: encontros e desencontros
Curso de especialização em Teoria Psicanalítica
Disciplina: Psicanálise e Medicina
Professor: Leonardo Barros
Aluna: Antonia Araújo Pimentel
Psicanálise e Medicina: encontros e desencontros
Nesse ensaio faremos um percurso inicial pela história, através das conferências de Freud e Lacan com os psicanalistas de sua época, analisaremos alguns encontros e desencontros entre Medicina e Psicanálise e abordaremos a questão do sintoma perpassando os discursos da Medicina e da Psicanálise. Freud, em 1886, apresenta aos psicanalistas, os trabalhos realizados com Charcot, em Paris, acerca da histeria. Não houve boa reação dessa platéia porque não foi percebida a sutileza da manobra charcotiana, que introduzia o discurso no campo do sintoma. Enquanto Freud havia percebido a falha no saber tototalizante sobre o sintoma (VIEIRA, 2002).
Em 1896, já tendo desenvolvido a teoria da reminiscência, o método catártico e a ab-reação, porém ainda baseado na teoria da sedução, Freud apresenta estudo detalhado, de 18 casos de histeria, à Sociedade de Psiquiatria e Neurologia de Viena. Traz a novidade da Psicanálise, o inconsciente, a sexualidade infantil, entre outras teorias, a qual foi acolhida de forma negativa, com frieza e hostilidade. Freud se colocava em posição distinta de seus colegas médicos, que se encontrvam num lugar ainda incapacitados de abordar alguns aspectos singulares dos males com que lidavam. Uma paralisia motora pode não estar correlacionada às ligações sinápticas e que, desse modo, a ciência dos neurônios não poderia dar conta (VIEIRA, 2002).
Nas primeiras décadas do século XX, em que a política ocupava um lugar de destaque, ocorreu a difusão da psicanálise e era vista como instrumento de um projeto de construção da nação. A partir da década de 1950 os psiquiatras que se tornaram responsáveis pela institucionalização da Psicanálise, dirigiram seus esforços, quase que exclusivamente, no sentido de afirmar a