Psicanálise - Geral
O fenômeno da transferência, a via de investigação da psicanálise, é um fenômeno humano espontâneo, que ocorre nas relações entre os falantes.
Freud enumerou três aspectos da psicanálise: como tratamento, como pesquisa e como teoria psicológica. Como tratamento, possibilita uma investigação dos efeitos da linguagem pela via do fenômeno da transferência. Como pesquisa, estuda o que falar quer dizer. Como teoria psicologica, descreve a relação objetiva dos fenômenos da linguagem. Não num sentido universal, como a linguagem marca todos, mas no sentido singular, como a linguagem determina cada falante. Como o falante é determinado, marcado, em sua experiência linguageira.
Freud postulou uma hipótese de pesquisa denominada o inconsciente e descreveu alguns dos fenômenos da linguagem como sendo da ordem de suas manifestações ou efeitos: atos falhos, chistes, sonhos, esquecimento, sintomas; especialmente os sintomas orgânicos, denominados histéricos.
A partir disso, suas pesquisas serviram de base para o estabelecimento de uma nova nosologia, uma nova nosografia e uma nova etiologia dos diferentes modos de sofrimentos humanos, ao verificar que o sujeito falante traz em seu relato, lembranças e reminiscencias, as razões de seus sintomas na forma de um “saber, esquecido”. Freud apagou a linha divisória criada pela psiquiatria entre a norma e a patologia.
Inspirado em Kraepelin, elaborou um modelo nográfico estrutural, uma grande estrutura psicopatológica, a estrutura psíquica tripartite, na qual diferenciou neurose, psicose e perversão. Com a sua invenção, o enorme inventário semiológico da psiquiatria clássica pode ser compreendido como variedade de criações subjetivas que emanavam da estrutura psíquica, verdadeiro “envelope formal” do sintoma.
A psicanálise possibilitou uma nova visão da loucura e da organização