Psicanalise
Crasch é um filme impactuante, não somente pelas suas cenas, marcantes e ao mesmo tempo, revoltantes, mas por demonstrar abertamente, o preconceito da sociedade norte americana, pelo menos de um grupo, e descortinar um sistema social falido, sem crédito, inseguro. Gerando uma desconfiança geral, das instituições, e entre as pessoas. Comportamentos agressivos em relação a imigrantes, negros e desconhecidos e entre eles mesmos, baseando-se no ideal norte americano de vida.
É intrigante também porque os grupos visivelmente excluídos assumem essa condição e repetem a mesma situação, com os demais. Não há um movimento contrário para mudar tal cultura, mas são cooperativos para que tal exclusão se repita.
É provocativo e nos convida à pergunta, até que ponto sou preconceituoso, por mais que eu fale que não sou, pois se vejo uma pessoa com características diferentes, ou até um cabelo diferente faço questão de atravessar a rua, ou quando julgo a idoneidade de uma pessoa, negando inclusive um emprego, por usar tatuagens pelo corpo.
Demonstra que a subjetividade tem que ser negada para que seja garantida a segurança e sobrevivência, diante de uma sociedade massificadora.
No início do filme há uma fala interessante e que vai ser retomada no final, “ em Los Angeles, as pessoas chocam-se umas com as outras pela necessidade de ter contato com outros seres humanos”. Reflete claramente o isolacionismo das pessoas, cada um vivendo fechado dentro de si e com medo do encontro com outrem, utilizando um termo Levinasiano. Estes choques são necessários, e nas tramas do filme, mesmo que tensas, é que