psicanalise e religião
A dominação medra no terreno das fraquezas do dominado, o que está em sintonia com a percepção de Freud da religião como sintoma neurótico. Por outro lado, a pessoa dominada goza desta condição, à medida que, naquilo que ela faz – e o faz em nome do Outro – se evanesce da condição de sujeito, de ser de falta e de desejo; tudo é feito em nome do Deus, da Ciência, do Estado. Se o imperativo da atualidade é gozar a qualquer preço, como nos aponta Melman (2003), a alienação a um Deus todo poderoso é terreno fértil para a proliferação de seitas e religiões com esse perfil, o que efetivamente vem acontecendo de forma acelerada em muitos países.
Ao lado da religião como um sintoma neurótico, cuja origem remonta à extrema desvalia da criança, em seus momentos iniciais, em face das adversidades do mundo externo, em particular no contexto das relações parentais, há uma outra religião traduzida na ação de missionários nas lutas