Psicanalise e arte
RESUMO: O letramento e a alfabetização de sujeitos, na perspectiva de uma educação crítica, notadamente devem conduzir a uma transformação social que satisfaça os anseios de se garantir a plena cidadania de todo povo brasileiro. Com essa visão, a presente pesquisa, conclusa, teve como objetivo discutir quais as especificidades que a relação entre sujeitos vinculados, em sua origem, a uma cultura em que a oralidade é predominante, estabelece com a cultura escrita, buscando analisar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, do nível de leitura e escrita dos participantes, e principalmente, dos sentimentos imbricados nesse processo. Para tanto, fazendo uso de importante manifestação cultural como mediadora da realidade dos alunos entre si e com o facilitador do processo: a literatura de cordel. Poesia popular, originalmente oral, mas que depois, passou a ser impressa em folhetos rústicos, a literatura de cordel é escrita de forma rimada, sendo as estrofes mais comuns formadas por seis, oito ou dez versos. Produção típica da região Nordeste do Brasil, habitualmente vendida em feiras, penduradas por pequenas cordas ou cordões, daí a origem do nome “cordel”. Hoje, esse tipo de manifestação popular, já se faz presente em outras regiões do Brasil e pode ser encontrada, em sua forma comercial, em feiras culturais, casas de cultura, livrarias, reproduzidas em trabalhos acadêmicos e nas apresentações dos cordelistas. Seus temas são os mais variados e versam sobre o cotidiano do povo, acontecimentos, fatos históricos, religião, mitos, problemas sociais e outros. Qualquer tema ou assunto pode ser transformado em versos da literatura de cordel. E baseada na riqueza da cultura popular do Nordeste, utilizando a literatura de cordel, foi possível desenvolver essa pesquisa, unindo a língua portuguesa às práticas sociais e políticas públicas na