Pró-fármacos
Artigo: M-C. Chung, E. I. Ferreira. O processo de latenciação no planejamento de fármacos. Química Nova, v.22, p.155, 1999.
1. Pró-fármacos são compostos que necessitam de biotransformação prévia para promover efeito farmacológico. Latenciação é um processo de modificação molecular que transforma o fármaco em forma de transporte inativo que, in vivo, por meio de reações químicas ou enzimáticas, libera a porção ativa no local de ação ou local próximo a este. Uma das formas latentes obtidas por este processo denomina-se pró-fármaco.
2. O uso da estratégia de latenciação de fármacos é adequado quando o fármaco possui problemas farmacocinéticos, como baixa biodisponibilidade oral (devido à polaridade e/ou solubilidade), absorção incompleta através das membranas biológicas, absorção ou excreção muito rápidas etc., elevada toxicidade, baixa estabilidade química, características organolépticas inconvenientes ou quando a formulação farmacêutica é de difícil preparo.
3. Devem ser considerados critérios tais quais: existência de grupos funcionais na molécula matriz capazes de sofrer derivatização; existência de mecanismos e/ou sistemas no organismo capazes de bioativar o pró-fármaco; facilidade e simplicidade da síntese e purificação do pró-fármaco; estabilidade química do pró-fármaco; regeneração, in vivo, da molécula matriz, em quantidades ideais; toxicidade do transportador e do pró-fármaco em si. Os métodos de preparação mais comuns são a esterificação, formação de amidas, imidas e carbamatos.
4. Pró-fármacos clássicos: a melhoria da atividade terapêutica se dá por aumento da biodisponibilidade, diminuição da toxicidade, prolongamento da ação, aumento da seletividade, mediante a escolha de transportador adequado, geralmente de caráter lipofílico. Estes pró-fármacos são menos ativos ou inativos quando comparados à molécula matriz e devem sofrer reação hidrolítica (química ou enzimática) para liberar a porção ativa.
Aumentar a seletividade do fármaco