PRÉ - PROJETO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Como outras espécies de violência, a violência doméstica e familiar surge como maneiras de resolução de conflito, que consiste no embate entre homens e mulheres. Os homens se esforçam em perpetuar a ideia de que são mais fortes e superiores do que as mulheres. É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos, entre outros homens, erroneamente supõem que tem o direito de impor suas vontades às mulheres e subjugá-las. É preciso reconhecer que qualquer forma de violência tem por objetivo a manutenção do poder. E a violência contra a mulher também parte do mesmo paradigma.
Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e sentimentos de possessão (como o ciúme) sejam apontadas como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na verdade tal fenômeno é muito mais complexo. Diversos homens agridem as mulheres sem que nenhum desses fatores esteja presentes. De tal modo, vê-se que aqueles são problemas adicionais, sem, porém, explicarem a origem ou a cauã da violência.
Sem dúvida, o centro da problemática está ligado à maneira como a sociedade atribui mais valor ao papel masculino, o que, por sua vez, se reflete na forma como são educadas as crianças. Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a dominação e a imposição de seus desejos - inclusive os sexuais - , as meninas são instruídas a prezar a beleza, a delicadeza, a submissão, a dependência, o sentimentalismo e a passividade. Em outras palavras, as mulheres sofrem discriminação pura e simplesmente por serem mulheres, tidas como frágeis. Por outro lado, os homens são vistos como viris, fortes e provedores.
No Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos, e em 70% dos casos o agressor é uma pessoa com quem ela mantém ou manteve algum vínculo afetivo. E mais 33% das mulheres apontam a violência contra as mulheres dentro e fora de casa como o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade.
Vê-se claramente que o problema da violência