Pré modernismo no Brasil
Em Triste fim de Policarpo Quaresma, romance mais importante de Lima Barreto, o escritor denunciou a burocracia no processo político brasileiro, o preconceito de cor e de classe e incorporou fatos ocorridos durante o governo do Marechal Floriano. Em Os Sertões, Euclides da Cunha fez a narrativa quase documental da Guerra de Canudos. Em Canaã, Graça Aranha analisa minuciosamente os problemas da fixação dos imigrantes em terras brasileiras. Em Urupês e Cidades mortas, Monteiro Lobato destaca a decadência econômica dos vilarejos e da população cabocla do Vale do Paraíba, durante a crise do café. Na poesia, o único poeta importante a romper com o bem-comportado vocabulário parnasiano foi Augusto dos Anjos.
O Pré-Modernismo é uma fase de transição e, por isso, registra :
Um traço conservador
A permanência de características realistas/naturalistas, na prosa, e a permanência de um poesia de caráter ainda parnasiano ou simbolista.
Um traço renovador
Esse traço renovador — como ocorreu na música — revela-se no interesse com que os novos escritores analisaram a realidade brasileira de sua época: a literatura incorpora as tensões sociais do período. O regionalismo — nascido do Romantismo — persiste nesse momento literário, mas com características diversas daquelas que o animaram durante o Romantismo. Agora o escritor não deseja mais idealizar uma realidade, mas denunciar os desequilíbrios dessa realidade. Esse tom de denúncia é a inovação nessa tentativa de "pintar" um retrato do Brasil. Além disso, dois dos mais importantes escritores da época — Lima Barreto e Monteiro Lobato — deixaram claro sua intenção de escrever numa linguagem mais simples, que se aproximasse do coloquial.