Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma síndrome caracterizada por comprometimento clínico generalizado heterogêneo e alterações laboratoriais, tendo uma evolução imprevisível. É uma doença hipertensiva peculiar à gravidez humana, que ocorre principalmente em primigestas após a 20ª semana de gestação. Os achados clínicos podem se manifestar tanto como uma síndrome materna quanto como uma síndrome fetal, ou ainda ambos. Caracteriza-se pelo desenvolvimento gradual de hipertensão, proteinúria, edema generalizado e, às vezes, alterações da coagulação e da função hepática. A sobreveniência de convulsão define uma forma grave chamada eclâmpsia. É classificada em leve e grave de acordo com os achados clínicos e laboratoriais.
Em mulheres nulíparas, a icidência de pré-eclâmpsia é de aproximadamente 6% nos países desenvolvidos e 2 ou 3 vezes maior em países subdesenvolvidos. Sobreposta a hipertensão arterial, mantem-se como importante causa de morbimortalidade materna e perinatal em todo o mundo.
A pré-eclâmpsia tem sua etiologia desconhecida, envolve interligadamente cada orgão e sistema ocasionando um aumento na resistência vascular periférica e hiper-reatividade a vasoconstritores, negando a vasodilatação e refretariedade vascular próprias da gravidez normal. O caráter sistêmico da doença pode ser causado por extensa disfunção endotelial, vasoespasmo e ativação variável dos mecanismos de coagulação. Podem ocorrer lesões renais devido ao aumento da excreção potéica bem como pela diminuição na filtração glomerular, lesões no cérebro, fígado e coração, e diminuição na perfusão placentária facilitando a incidência de retardo do crescimento intra-uterino e de perda fetal. A excreção renal de sódio diminui na pré-eclâmpsia, causando retenção hidrossalina.
Torna-se necessário uma investigação minuciosa em gestantes hipertensas, suspendendo o uso de drogas hipertensivas. Por se associar a risco de morte a gestante e ao feto, a pré-eclâmpsia requer um tratamento eficiente e