Práticas Operacionais e o Desempenho
André Luís de Castro Moura Duarte
Luiz Carlos Di Serio
Luiz Artur Ledur Brito
RESUMO
Este trabalho, utilizando a base de dados do SEADE com 1200 empresas manufatureiras paulistas de 14 setores diferentes, teve como objetivo testar as relações de algumas das principais práticas operacionais, como a qualidade, o just in time, as certificações ISO e o nível de terceirização, com a performance organizacional em termos de Lucratividade e Taxa de Crescimento da Receita. A análise utilizou técnica de regressão múltipla. De forma geral, estas relações não foram encontradas na amostra pesquisada. Isto significa dizer que não se encontrou evidências de que estas práticas sejam direcionadoras de performance superiores, nem mesmo que elas gerem competências direcionadoras de vantagem competitiva para as organizações. A única variável que apresentou uma relação consistente foi o nível de terceirização que apresentou uma relação negativa tanto com lucratividade como com crescimento. 1. INTRODUÇÃO
Diversos estudos que se utilizaram da visão baseada em recursos (RBV – Resource
Based View), tomando como base o trabalho de Rumelt (1991), mostraram que o efeito
“empresa” é o principal responsável pela explicação da performance organizacional. Recentes estudos com empresas brasileiras (BANDEIRA DE MELO; MARCON, 2005; BRITO;
VASCONCELOS, 2005 e MORAES, 2006) confirmam que os fatores internos da empresa explicam cerca de 31,1% a 44,6% da variação da performance organizacional.
As práticas operacionais são fatores internos que contribuem para o desenvolvimento de competências, sendo assim, podem proporcionar vantagem competitiva para as empresas
(HAYES; PISANO, 1996). Neste sentido, tanto a estratégia de operações como a visão baseada em recursos (RBV) suportam a idéia de que as práticas operacionais geram competências que podem ser usadas como armas para que as empresas obtenham