Práticas de atenção ao parto e os desafios para humanização do cuidado em dois hospitais vinculados ao sistema único de saúde em município da região sul do brasil
Print version ISSN 0102-311X
Cad. Saúde Pública vol.24 no.8 Rio de Janeiro Aug. 2008 http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008000800014 ARTIGO ARTICLE Práticas de atenção ao parto e os desafios para humanização do cuidado em dois hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde em município da Região Sul do Brasil Childbirth practices and challenges for humanization of care in two public hospitals in Southern Brazil
Elizabeth Eriko Ishida NagahamaI; Silvia Maria SantiagoII
IHospital Universitário de Maringá, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil
IIFaculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil
Correspondência
RESUMO
O objetivo do estudo foi caracterizar a assistência hospitalar ao parto em dois hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no Município de Maringá, Paraná, Brasil, e identificar obstáculos e aspectos facilitadores para implantação do cuidado humanizado, pautando-se na percepção das mulheres sobre a atenção recebida. Tratou-se de estudo exploratório-descritivo, com desenho transversal, conduzido mediante pesquisa em prontuário hospitalar e entrevistas realizadas com 569 mulheres atendidas nos dois hospitais, no período de março de 2005 a fevereiro de 2006. A caracterização da assistência hospitalar foi realizada tomando-se por base quatro indicadores de qualidade na assistência no trabalho de parto e parto recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Os dados apontaram para um modelo assistencial marcado pelo peso da herança higienista nas rotinas hospitalares e nas práticas profissionais, centrado no profissional médico como condutor do processo. Os fatores institucionais, identificados nas dificuldades de organização institucional e na estrutura física, as rotinas hospitalares e, sobretudo, a prática e postura individuais dos profissionais de saúde denotaram barreiras que, em seu conjunto, dificultam a implantação do modelo humanizado na