prá nada
Em Piracicaba, tratar a região beira rio tendo como cenário já consolidado que pode de fato distinguir um projeto e torná-lo um exemplo de intervenção de caráter multidisciplinar em outros municípios da Bacia. É possível constatar um quê de ineditismo no Projeto Beira Rio que pode diferenciá-lo dos demais, fazendo com que não venha a ser “mais um” projeto. Ele é inédito, em primeiro lugar, devido justamente à sua complexidade de definição. Apesar de ter surgido mais como um projeto pontual para as margens do rio, seu desenvolvimento demonstrou a necessidade de sua ampliação a escalas maiores de abrangência.
Escalas setoriais, urbanas e regionais se sobrepuseram, demandando um contato do Projeto Beira Rio com outras áreas de conhecimento e conferindo ao trabalho um caráter interdisciplinar. Dessa maneira, o Projeto Beira Rio não deve apenas dar soluções imediatas para problemas funcionais da região da Rua do Porto, nem tampouco ser um mero projeto de embelezamento das margens urbanas do rio Piracicaba. Ele se confronta com questões tão diversas como a ambiental (poluição, assoreamento e destruição das matas ciliares), sócio-econômica (violência, prostituição, tráfico de drogas), institucional (fiscalização das edificações e do patrimônio) e de trânsito, dentre outras.
Nessa sobreposição de escalas de abordagem surgiu a necessidade do estabelecimento de diretrizes para a relação do rio Piracicaba com sua cidade e região. Essas diretrizes, expressas pelos dois documentos citados, referem-se tanto à paisagem urbana da cidade como ao seu contexto social, passando pelos aspectos biológico, folclórico, econômico e institucional. Um segundo fator que confere ineditismo ao Projeto Beira Rio é sua preocupação quanto à atual conjuntura das cidades brasileiras. Premidas por vicissitudes políticas e econômicas, as determinações de seus planos diretores resultam incipientes ou sem eficácia, o que determina uma fragilidade de suas gestões urbana, ambiental,