Na “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” Weber aponta que os cargos superiores são ocupados, com muita frequência, por protestantes. Enquanto reconhece que há mais de um motivo histórico para a ocorrência desta notável estatística, diferencia que o motivo de certas religiões estarem aparentemente mais inclinadas ao progresso não está relacionado à alegria de viver, e sim a algumas relações que serão detalhadas ao longo do texto. Weber diz que é possível notar, mais claramente no Ocidente, a existência de uma força que o autor denomina como espírito do capitalismo moderno. Desde o início assinala que esse espírito não é o mesmo que o termo capitalismo, sendo um impulso para perseguir o lucro como algo natural, como vocação. O capitalismo existe em todo o mundo, porém o autor pretende, de forma que ele próprio reconhece como um pouco pretensiosa, delimitar um ethos particular. É demonstrado no texto que uma atividade capitalista pode não possuir nada deste espírito do capitalismo, e sim estar vinculada à corrente antagônica e mais antiga, o tradicionalismo. Enquanto que o espírito do capitalismo moderno impele o indivíduo a não desperdiçar tempo nem capital para obter lucro como um fim em si mesmo, o tradicionalismo reconhece tal comportamento como avareza, e prega que o indivíduo trabalhe para manter apenas suas necessidades tradicionais. Weber cita, entre outros, Benjamin Franklin, e expõe o que acredita ser a filosofia do espírito do capitalismo, filosofia esta que não é natural e não nasce com cada homem, nem é originada por um acúmulo de capital, e sim vem trazida por um indivíduo inovador com diversas qualidades que o possibilitaram enfrentar a barreira do tradicionalismo, e a religião tem relação com esta facilidade de se livrar do pensamento tradicionalista. No homem que possui o espírito do capitalismo, o negócio é essencial à vida e tratado como natural e racionalmente indispensável. Não há um objetivo a ser alcançado, como garantir o futuro para