Prova de Português - 4º ano
Nome: ano: turma:
Professor(a):
Texto: Folhas Secas
Eu estava dando aula de matemática e todos alunos acompanhavam atentamente. Todos?
Quase.Carolina equilibrava o apontador na ponta da régua. Lucas recolhia as borrachas dos vizinhos e construía um prédio. Renata conferia as canetas e lápis do seu estojo vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.
O pátio? O que acontecia no pátio?
Após o recreio, dona Natália varria calmamente as folhas secas e amontoava e guardava tudo dentro de um enorme saco plástico azul. Terminado o varre-varre, dona Natália amarrou a boca do plástico e estacionou aquele bufuá de folhas secas perto do portão.Hélder observava atentamente. E eu observava a observação de Hélder – sem descuidar da minha aula de matemática. De repente, Hélder arregalando os olhos e franzindo a testa. Qual o motivo do espanto?
Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se desesperadamente,com aflição,sufoco,falta de ar, Hélder buscava interpretações para a cena, analisava possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava na transparência azul do plástico. Um pássaro novo caiu do ninho e foi confudido com as folhas secas e foi varrido e agora lutava pela liberdade.
-Ele tá preso!
O grito de Hélder interrompeu o final da multiplicação de 15 por 127. Todos os alunos olharam para o pátio. E todos nós concordamos,sem palavras: o bico do passarinho tentava romper aquela estranha pele azul. Hélder saiu da sala e nós fomos atrás. E antes que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da palavra “calma”, o saco plástico simplesmente explodiu, as folhas secas voaram e as crianças pularam de alegria.
Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos presos. Outros viram três passarinhos voando felizes e agradecidos. Lucas diz que era um beija flor.