PROTAGONISMO JUVENIL E MOVIMENTO ESTUDANTIL: UMA ESTRATÉGIA DE DISTINÇÃO ?
PAULA, Lucília Augusta Lino de - UFRuralRJ/PUC-Rio
GT: Sociologia da Educação /n.14
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
O presente ensaio pretende levantar algumas questões referentes à importância do movimento estudantil como instância formativa privilegiada no que tange à socialização política, a capacitação de lideranças e a constituição de uma elite entre os estudantes universitários. A forma como se constrói a participação do jovem na política estudantil, seu engajamento no movimento e o significado a ele atribuído pelos militantes e pelos demais estudantes pode vir a lançar luzes sobre o protagonismo juvenil na vida civil do país, hoje em refluxo. Os motivos do ingresso dos jovens nesse movimento social fornecem pistas para entender a trajetória dos jovens militantes no movimento estudantil e o significado atribuído a essa participação política. É interessante também identificar nas trajetórias sócio-culturais-familiares prováveis influências da inserção desses jovens no movimento estudantil.
O movimento estudantil, enquanto movimento social que se desenvolveu dentro das populações escolarizadas, é um dos problemas abandonados pela Sociologia da Educação nas últimas décadas, após a produção de obras apressadas sobre a revolta estudantil de maio de 68. No entanto, o movimento estudantil é um tema que, atualmente, está a exigir a abertura de novas frentes de pesquisa, o advento de novas estratégias e a reformulação radical das hipóteses. Para Passeron (1991:70-72), é um equívoco considerar este um tema superado, como se no meio estudantil não pudesse ocorrer outra coisa diferente do que havia acontecido, como se a história ideológica sinuosa e contraditória dos estados de ânimo estudantis dos anos 70 em uma paisagem universitária transformada não pudesse ser outra coisa que repetição ou decomposição do que teria expressado em sua totalidade