Proposta de Restauro do Palacete Lara
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAUUSP
REFERÊNCIAS TEÓRICAS E PROJETUAIS
Um projeto de intervenção não pode ser feito simplesmente baseado nas opiniões pessoais do restaurador a respeito daquele objeto. O que ele acha interessante, o que ele deseja preservar são elementos importantes, mas é preciso haver um embasamento teórico para as suas ações. É preciso definir princípios, se não, as decisões não têm qualquer respaldo e podem ser contestadas, não existindo justificativas fora do campo subjetivo. Para desenvolver este projeto, a base teórica de maior relevância foi o chamado “Restauro crítico”. Foram importantes e continuam sendo válidos textos escritos desde os anos 40, como por exemplo os de Cesare Brandi,
Roberto Pane e Renato Bonelli. O relativo consenso a respeito da conservação e restauração de monumentos veio no congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos
Monumentos Históricos do ICOMOS, em 1964, onde se formulou a famosa “Carta de Veneza”. Tendências atuais europeias para o restauro ainda bebem desta fonte, tendo como importante representante Giovanni Carbonara.
É importante destacar que o que se deve preservar é o que ainda existe do edifício, ou seja, a arquitetura. Deve-se trabalhar a matéria como transformada pelo tempo. Não podemos reverter o que já aconteceu com o edifício, certas intervenções são irreversíveis, por isso devemos entender o edifício como ele se encontra no presente e trabalhar com esta realidade. Deve existir o respeito pelas diversas estratificações do tempo, as diversas fases que o edifício enfrentou. A carta de Veneza pontua:
“As contribuições válidas de todas as épocas para a
Fonte: Panorâmio edificação do monumento devem ser respeitadas, visto que a
Trabalho Final de Graduação
Restauro do Palacete Lara
unidade de estilo não é a finalidade a alcançar no curso de uma restauração, exibição de uma etapa subjacente só se justifica em circunstâncias excepcionais