PROPEDÊUTICA NEUROLÓGICA
INTRODUÇÃO Abordaremos neste capítulo os tópicos da propedêutica neurológica, com ênfase no exame neurológico propriamente dito.
A anamnese é a primeira etapa da avaliação neurológica, assim como nas diversas áreas da medicina. O tempo dispensado à anamnese é muito importante e o médico deve ouvir com muita atenção os detalhes da história apresentada pelo paciente ou informante. A formulação da hipótese diagnóstica inicia-se nessa etapa e os passos subseqüentes servirão para corroborar ou afastar as hipóteses aventadas neste momento.
Após a anamnese, são realizados o exame físico geral e o exame neurológico. Os dados do exame físico geral podem dar pistas sobre o diagnóstico neurológico, por exemplo, o encontro de nevo facial de coloração vinho em paciente com história clínica de crise epiléptica nos faz incluir dentre as hipóteses diagnósticas a síndrome de Sturge-Weber. O exame neurológico pode ser normal em diversas doenças neurológicas, destacando-se os quadros de cefaléias primárias e diversas síndromes epilépticas.
A presença de alterações à anamnese e ao exame neurológico leva à classificação sindrômica desses achados, primeiro passo para o diagnóstico neurológico. As síndromes são: síndrome piramidal (ou síndrome do neurônio motor superior); síndrome do neurônio motor inferior; síndrome sensitiva; síndrome extrapiramidal; síndrome cognitiva; síndrome cerebelar; síndrome de nervos cranianos; síndrome álgica; síndrome disautonômica. Essa divisão facilita a realização do diagnóstico topográfico, que então conduzirá aos diagnósticos diferenciais etiológicos, conduzindo a conduta adequada para o caso.
O médico que não está habituado ao raciocínio neurológico tem freqüentemente a idéia errônea de que o exame neurológico é muito detalhista e demorado. No entanto, não há sentido prático em se avaliar a possibilidade