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O Sr Lauro Guedes proprietário do Hotel Brasil contratou você para prestar uma consultoria e fazer um diagnóstico de seu meio de hospedagem. Faça uma análise apontando suas falhas, pontos fortes, pontos fracos, em que deveria melhorar, enfim uma consultoria completa.
O hotel do Guedes
Lauro Guedes tinha nove filhos homens. Sustentava a todos com a renda do Hotel Brasil, de que era proprietário. Situado a uma quadra da Praça XV de Novembro, em São Borja, era praticamente a única hospedaria da cidade nos anos 90. Além dele a pensão de dona Miloca, do seu Gastão Ponsi e mais algumas menos credenciadas.
Seu Guedes, como o chamavam, era o fac-totum do hotel. De estatura média, ágil de corpo, atendia a portaria e cozinha, revisava quartos, fazia o rol das compras do dia e tinha tempo, ainda, para entreter longos papos com seus amigos mais chegados - dentre os quais o doutor Baglioni, o José Motta "da farmácia", o seu Raymundo "da Prefeitura" e mais alguns. Na portaria de seu hotel apenas uma pequena sala com uma escrivaninha e algumas cadeiras - o mate não parava nunca. Seu Guedes conversava com quantos chegassem, sabia as novidades da capital e de Santa Maria através dos viajantes que se hospedavam e as notícias do interior pela boca dos fazendeiros seus clientes.
Seu hotel, em termos atuais, não mereceria talvez -nem mesmo uma estrela . Salvo três ou quatro quartos de casal, os demais comportavam de duas a quatro camas, além dos aposentos improvisados - no corredor, na sala de refeições - onde colocava colchões quando a lotação normal esgotava. O cardápio era espartano: arroz, feijão, carne frita, às vezes um pedaço de abóbora, batata doce ou aipim. Sobremesa e cafezinho eram luxos.
Os sanitários, por sua vez, não primavam pelo asseio. Tinham o fundamental: o vaso para as necessidades, uma pia, um chuveiro de água fria, fosse no inverno ou verão. Se alguém desejasse banho quente, seu Guedes providenciava um "bacilhão" de