PROJETO
O complexo do qual nenhuma criança escapa foi por mim interpretado deforma objetiva e simplificada na leitura de Nasio em seu livro “Édipo”, apresentando com clareza o desenvolvimento do Complexo de Édipo de uma forma separada no menino e na menina. Embora recorra às comparações entre ambos o Édipo é tido como causa das neuroses ordinárias e mórbidas do homem e da mulher, reunindo os principais tópicos relacionados a ele e tecendo importantes comentários sobre fragmentos das obras de Freud e Lacan.
A descrição resumida do Complexo de Édipo que pude aprender durante minhas últimas leituras, consiste em sensações de desejos incestuosos, fantasias de prazer e de angústia no menino e de dor na menina; fantasias em torno do falo, que é a fantasia elaborada sobre o pênis.
O falo é o símbolo da onipotência, assim como da vulnerabilidade. Trata-se da fase de sexualização dos pais. É a fantasia do falo que permite tanto ao menino quanto à menina entrar e sair do Complexo. A dessexualização dos pais ocorre juntamente com o término da vivência do Édipo, por meio da renúncia deles como objetos sexuais e de sua incorporação como objetos de identificação. Não há como escapar ao Édipo, pois as fantasias e as primeiras imposições da civilização são decisivas na estruturação do sujeito. O posicionamento inconsciente de uma criança de quatro anos diante de suas fantasias sexuais é extremamente determinante em seu futuro.
O que explica a constante crise que a família vem passando na atualidade. Por sofrer mudanças em suas estruturas e muitas vezes o Édipo não é atravessado saudavelmente, deixando assim traços de estruturas psicóticas ou até mesmo perversas.
É possível observar que é a partir de meados do século XVIII, a família Edipiana passa a se assemelhar mais ao modelo de, mãe, pai, filhos. De lá para cá, parece ter passado por três fases distintas. Na primeira, constituía-se de relacionamentos arranjados, tendo por meta o aumento e repasse dos