Projeto Quali Completo
O contexto educacional é privilegiado enquanto meio de mediação dos indivíduos com a cultura. A qualidade desta mediação, no entanto, sofre influências de diversas determinações econômico-sociopolíticas, tais como a regulação das diretrizes educacionais segundo metas definidas por órgãos financeiros como o Banco Mundial
(Augusto, 2005). Entretanto, embora a escola se encontre submetida a estes enquadres sociais, pesquisas recentes acerca do cotidiano escolar tem apreendido a escola como um espaço complexo, intersubjetivo e específico, relativamente independente da estrutura social dominante e propício ao desenvolvimento da criatividade (Patto, 1993).
Segundo nos diz Solange Wechsler (1998), a escola tem o papel de ensinar a pensar e a resolver os problemas propostos tanto pela cultura quanto pela subjetividade do aluno, tendo em vista o desenvolvimento de sua criatividade. Portanto, tendo consciência de que agir/pensar criativamente é condição fundamental para o desenvolvimento humano devemos nos perguntar: diante desta diversidade de determinações sociais é possível o desenvolvimento da criatividade na escola, ou melhor, é possível desenvolver uma escola criativa?
Como afirma Lubart (2007), existem diversos fatores sociais e culturais que influenciam o desenvolvimento das capacidades criativas, travando ou favorecendo o acesso a recursos, bem como definindo as normas de aceitabilidade das condutas criativas. Segundo Althusser (1996), a escola por ser o Aparelho Ideológico do Estado
(AIE) por excelência, serve ao propósito de divulgar e engendrar a ideologia dominante e, portanto, estaria voltada para a conservação das condições de produção. Assim, seria possível deduzir que todo processo de produção de bens culturais (produtos criativos) decorre de relações de produção bem definidas e sob vigência de padrões reitores.
No entanto, ainda segundo Althusser (1996), a escola por ser um dos Aparelhos
Ideológicos do Estado – cuja estrutura se situa no