Projeto político pedagógico; uma prática educativa em construção
A História da Educação brasileira vem se processando através de décadas marcadas por políticas educacionais extremamente centralizadoras e autoritárias, permeada de questões antidemocráticas e ideológicas, gerando situações de conflitos, resistências e desafios, inviabilizando assim a implantação de uma escola independente capaz de gerir democraticamente, projetada para a liberdade e a autonomia.
Apesar de todo o caminho percorrido e dos avanços no sistema educacional, muitas escolas não acompanharam as transformações que a sociedade vem experimentando. Assim, encontram-se ainda muitos resquícios de uma educação tradicional, que marginaliza e exclui um bom número de alunos na aplicação de seus métodos arcaicos, na seleção de conteúdos programáticos muitas vezes fragmentados e desvinculados da vida dos educandos, sem despertar o interesse devido na postura autoritária do professor que ainda se julga detentor do conhecimento.
Entendemos que, mudar a escola não é fácil e rápido, embora seja necessário e urgente. A sua transformação se dá em um campo de luta pelas conquistas sociais que têm sido em longo prazo limitado para a maioria da população brasileira.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira. O que isso significa? Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) é antes de tudo a expressão de autonomia da escola no sentido de formular e executar sua proposta de