PROJETO DE PESUISA
Do ponto de vista epidemiológico, a leishmaniose visceral canina (LVC), também conhecida como calazar canino, é mais prevalente do que a doença em humanos. Além disso, a LVC apresenta um grande contingente de animais infectados com parasitismo cutâneo, que por sua vez, servem como fonte de infecção para os insetos vetores (RIBEIRO, 2001)
Até meados da década de 80, a leishmaniose visceral se apresentava restrita à zonas rurais, atualmente, tem se expandido às fronteiras da doença, atingindo cidades de grande porte e médio porte. A urbanização da LV tem demonstrado que o trânsito de animais e homens infectados, e a adoção de novos reservatórios secundários e novas espécies de vetor podem ter uma participação ativa no processo (BORGES, 2006). Aproximadamente 90% dos casos de leishmaniose visceral ocorrem em cinco países: Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil. A doença atinge principalmente as populações pobres desses países. Embora existam métodos de diagnóstico e tratamento específicos, grande parte da população não tem acesso a estes procedimentos, elevando os índices de mortalidade. No Brasil, nos últimos cinco anos, ocorreram em média 3.500 casos humanos novos, sendo a maioria na região Nordeste do país. A partir dos anos 90, os estados Pará e Tocantins (região Norte), Mato Grosso do Sul (região Centro Oeste) e Minas Gerais e São Paulo (região Sudeste) passaram a influir de maneira significativa nas estatísticas da LV no Brasil (GONTIJO e GOMES, 2004). A cidade de Santarém-PA, apesar de se localizar em uma região pouco desenvolvida do Brasil, nas últimas décadas, vem apresentando acelerado crescimento urbano. Entretanto, se caracteriza por um intenso processo de periferização, carente de infraestrutura e planejamento urbano adequado. Segundo Oliveira (2008) no ano de 2006 apenas 26 bairros de um total de 48, oficialmente legalizados, os demais se encontravam em processo de legalização ou eram considerados áreas de invasão. Por se