projeto de pesquisa
PROJETO DE PESQUISA
TERESINA - PI
DEZEMBRO/2011
Análise da cobertura midiática do “Caso Fernanda Lages” com base nos princípios do jornalismo investigativo
Introdução
Uma estória capaz de reter a atenção da mídia por meses a fio, com ingredientes que despertam o interesse e a curiosidade do público e provocam uma corrida desenfreada dos jornalistas pela notícia em primeira-mão. A morte da estudante de Direito Fernanda Lages Veras, em Teresina, se tornou em pouquíssimo tempo a menina-dos-olhos da mídia local.
Jovem, com apenas 19 anos de idade, de classe média, estudante universitária, encontrada morta em um prédio em construção. São vários os elementos que podem, em maior ou menor grau, justificar a enorme repercussão do caso.
Sem uma testemunha ocular que revelasse o que exatamente aconteceu naquela madrugada, do dia 25 de agosto de 2011, quando a estudante adentrou aquela obra, a mídia ganhou um “prato cheio”. Seriam dias e dias na tentativa, a qualquer custo, de oferecer ao público a “verdadeira” e “definitiva” versão dos fatos. Principalmente portais, seduzidos pelo fetiche da velocidade, se alvoroçaram nessa ingrata tarefa.
Era preciso veicular sempre algo novo, mesmo que de credibilidade duvidosa. Cada veículo de comunicação ia imprimindo, de forma impiedosa, a sua própria tese sobre o que terminou na morte de Fernanda Lages. Algumas vezes, bastava reproduzir o que foi noticiado pela concorrência. A vítima, já morta, teve sua vida revirada de cabeça para baixo. A mídia potencializava alguns personagens, como o ex-namorado da estudante, que, escolhido “principal suspeito”, caiu no esquecimento dias depois num piscar de olhos.
Ibope, audiência, acessos. É preciso avaliar quanto o leitor e a qualidade da informação foram preteridos. De um lado, o sensacionalismo, a espetacularização. De outro, a ética e a responsabilidade do jornalista.
Notícia publicada no dia 8 de