Programa Prudencia Jovem
Ano IV - nº 13 - Rio Pesquisa
| 52
Quando a dependência química gera violência
Grupo de pesquisa visita cadeias e unidades socioeducativas atrás de uma resposta para a relação entre o uso de drogas e a criminalidade
Vinicius Zepeda
O
tema das drogas e da violência vem mobilizando, de forma crescente, especialistas e autoridades ligadas à Segurança e à Saúde públicas no País.
Um levantamento realizado, em
2009, pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão ligado ao Ministério da Justiça, aponta o tráfico de entorpecentes como o crime responsável pelo maior número de prisões – 86 mil – no País no ano passado. Analistas identificam que o incremento das atividades ligadas ao tráfico pode ter relação direta com o rápido crescimento do número de mulheres presas em todo o Brasil ao longo dos últimos anos – ocorrido em ritmo duas vezes superior com relação ao de homens, ainda que o número total de mulheres detidas ainda seja pouco significativo quando comparado ao de prisioneiros do sexo masculino.
O aumento da demanda por mão de obra no tráfico, apontam os estudiosos, tem atraído as mulheres para a atividade, com frequência por sugestão de seus companheiros e, não raro, para ocupar função no transporte – o chamado ‘avião do tráfico’. Na área acadêmica, grupos de pesquisa têm se dedicado ao estudo do tema a fim de contribuir para o planejamento e
execução de projetos entre gestores de políticas públicas. Exemplo dessas iniciativas é um estudo sobre o consumo de drogas entre jovens de
16 a 25 anos em prisões e unidades socioeducativas no Estado do Rio de
Janeiro, realizado nas Faculdades
Integradas Helio Alonso (Facha).
“Queremos contribuir para a discussão sobre a relação entre o consumo de drogas e a criminalidade juvenil na sociedade brasileira”, afirma o historiador Oswaldo Munteal, coordenador do estudo, ao lado da professora de Direito Maria Paulina Gomes.
Contemplado com recursos