Programa de Educação para a Cidadania
EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA
PRIMEIRO CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
Marilene Pereira
Victor Pereira
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3. Educação para a Cidadania
3.1- Natureza e papel da Educação para a Cidadania no Currículo Escolar
A história indica que foi com os Sofistas, na Grécia Antiga, que se criou, pela primeira vez, segundo BELTRÃO & NASCIMENTO (2000), “um conjunto de saberes e competênias, a Paideia, com o objectivo de se educar os jovens para a cidadania” (p.20).
Esta iniciativa foi, ao que tudo indica, consequência do fervilhar de ideias que se vivia na altura, nomeadamente as relacionadas com a política e a participação.
Desde então, informações históricas as mais diversas dão conta que a abordagem de questões relativas à cidadania e a forma de levá-la às populações esteve no centro das preocupações de estadistas, intelectuais e religiosos. Fazendo um percurso pela história da evolução da cidadania, pode-se dizer que um momento alto do debate sobre essa questão foi, no séc. XVIII, a Revolução Francesa que estendeu o termo a todos os cidadãos, não importando a sua origem social, o que não acontecia na Grécia Antiga, onde escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos. Com a Revolução
Francesa, democracia e cidadania passam a andar juntas.
A seguir, o séc. XX e as suas crises profundas, com graves consequências para os direitos humanos, sendo o retrato mais grave disto o Holocaustro, seria palco de mais um marco importante para a construção da cidadania, como conceito e como prática quotidiana. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo se deu conta dos enormes custos, em termos de vidas humanas, da guerra. O horror registado na altura levou com que, entre outras coisas, os Estados, reunidos na Organização das Nações Unidas, aprovassem, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, passando os conceitos democracia, cidadania e direitos humanos a estarem associados.
A educação para a Cidadania é, pois, uma