Profissao docente
A ocupação do Magistério por uma população notadamente feminina, sobretudo nas series iniciais, é uma característica que tem sido apontada de modo reiterado por muitas pesquisas educacionais nas ultimas décadas. No Brasil, a feminização do magistério, a relação entre mulheres e homens na busca pela educação formal, bem como caracterização do tipo de profissional que desenvolve a atividade docente. No entanto, essa tendência não tem sido exclusivamente brasileira, indicando que tais características são determinadas por fatores econômicos e políticos de ordem mais abrangente. Michael Apple (1988) realizou um trabalho comparando fatos históricos dos Estados Unidos e da Inglaterra, relacionando-os as diversas ideologias que, segundo ele, tem determinando a feminização do magistério. Michal Apple mostra que o magistério passou a ser ocupado majoritariamente por mulheres no final do século XIX, pois, originalmente, nos Estados Unidos e na Inglaterra a predominância nesse campo profissional era até então dos homens. Além disso, Michal Apple observa que parece haver uma estreita relação entre o acesso de grande número de mulheres e uma ocupação e a lenta transformação desta (p. 16). Ou seja, para ele, o simples fato de uma mulher passar a desempenhar determinada função na sociedade pode fazer com que a sua remuneração se torne baixa e o seu salário passe a ser considerado inferior e de menos status. Todavia, o autor comenta que o magistérios acabou tornando-se um símbolo de ascensão social para muitas mulheres nesse pais, pelo fato delas terem muita pouca escolha ocupacional; e, comparando a maioria das alternativas – lavandeira, costura, limpeza ou trabalho na fabrica – o magistério oferecia numerosos atrativos (p. 19) Pode-se atribuir a feminização do magistério segundo Michael Apple, ao fato de os homens terem abandonado paulatinamente essa profissão, transformando-a, assim, em um solo fértil para atividade feminina,