Professora
Por Luiz Carlos Amorim
Gosto de ler e admiro o escritor que consegue ser objetivo, com vocabulário claro e apropriado, sem se perder em excessos narrativos e descritivos ou no emprego de palavras rebuscadas e fora de uso.
Sempre fui leitor crônico de romances, contos e poemas e descobri, há algum tempo, a crônica. Adoro a crônica, mas detesto aquelas massudas, extensas, esticadas demais, quando poderiam ser bem mais enxutas, elegantes, se dissessem apenas o necessário para transmitir a sua mensagem.
Há quem pratique o gênero e ache que escrever bem significa produzir textos imensos, perder-se em divagações inúteis sobre um determinado tema. E ainda usando “palavras difíceis”, na ilusão de que isso enriquece o texto.
Isso me lembra de um “escritor” que conheci – e que felizmente não escreve mais ou, pelo menos, não tem publicado – que escrevia a sua crônica e depois de pronta, ia ao dicionário e trocava umas quantas palavras usuais e inteligíveis por outras, fora de uso e desconhecidas. Ele achava que isso transformava o seu texto em grande obra. Ora, o texto já era ruim: tema mal definido, mal desenvolvido, com vocabulário simples, quase vulgar, pouco conhecimento de regras gramaticais. Imagine um texto assim, salpicado de “palavras difíceis”. Se esse “escritor” produzisse poesia, com certeza usaria rima – e seria uma rima muito pobre!
Mas, como dizia, gosto do texto claro e saboroso, rápido mas denso, com conteúdo, aquele que diz apenas o necessário para comunicar com eficiência. Um texto não precisa ser extenso para ser bom. E se ele for mais longo porque havia necessidade disso, por imposição do tema, do desenvolvimento do assunto, sem deixar de lado a objetividade e a dinâmica da palavra, deverá ser interessante e gostoso de ler como se fosse curto.
Comunicar idéias é ser conciso, claro, com linguagem atual e bem articulada, é conversar com o leitor sem menosprezá-lo, sem querer apenas impressioná-lo. É colocar temas em