Professor
Resumo
A ciência literária tenta dar às obras de cunho literário uma composição própria levando em conta as características de cada obra. A ciência moderna tem trabalhado para desfazer a idéia de que as obras literárias compõem-se somente dos velhos conceitos de forma e fundo. Na tentativa de mudar o conceito antigo contraído, o autor Dámaso Alonso propõe um estudo da forma, ou seja, um estudo da forma interior e da forma exterior (nomenclatura estabelecida por ele). O seu conceito, ainda que muito parecido com o estudo arcaico, foi um ensaio buscando integrar os diversos elementos que compõem uma obra.
De acordo Ferdinand Saussure (em seus estudos acerca da linguagem) o significante é um veículo entre o signo linguistico e o significado; o significado, nesse caso, possui tendência que leva a um sentido unívoco, enquanto que no signo poético significado e significante unem-se. Nesse caso o discurso poético adquire multivocidade, entendendo-se assim o caráter ambíguo da obra literária. O autor Dámaso Alonso tentou modificar a concepção de Saussure, entretanto o primeiro se preocupa com o fenômeno poético enquanto o segundo com o fenômeno linguistico. Contudo apesar de tentar uma proposição nova da literatura, Alonso, em análise aos seus escritos, não consegue se desprender da análise antiga. Em contraponto os formalistas russos conseguem êxito em sua fuga aos velhos conceitos quando entendem que a diferença específica da arte não se encontra em seus elementos constitutivos, mas na utilização particular (e original) que se faz desses elementos.
A contribuição mais objetiva veio de Roman Ingarden que considera a obra literária um sistema de estratos distintos funcionando de forma correlacionada (Orgânica) e mesmo se tratando de partes diferentes são elas que conduzem a obra literária à sua totalidade, deixando de lado o caráter dualístico. Ele continua dizendo que os estratos da construção da obra literária são conhecidos por todos,