Professor
Mirian Duailibi ¹
A procura incessante pelo acúmulo de riquezas materiais vem exaurindo os recursos naturais do Planeta sem, no entanto, melhorar as condições de vida de grande parte da população da Terra. O domínio destas fontes de riqueza e a distribuição dos bens produzidos estão sob controle, cada vez mais acirrado, de pequenos grupos dominantes. No hemisfério norte, países ricos desenvolvem ciência e tecnologia de ponta, instruem e capacitam suas populações, cuidam de sua saúde, protegem sua produção e emprego, criando assim condições de prosseguir em sua trajetória de sucessos... Do lado de fora, muitas vezes no mesmo lado do mundo, milhões, bilhões de seres humanos sonham com água limpa, um prato quente de comida, um remédio para aliviar a dor de dente, baixar a febre. Batem à porta dos ricos e ela está irremediavelmente fechada. Nos dois hemisférios. Apesar de, a partir dos anos 50, já haver nas esferas governamental e científica, o conhecimento da gravidade das conseqüências que tal modelo de civilização estava trazendo ao Planeta como um todo, a destruição da natureza e a exclusão social prosseguiram ininterruptas. A década de 60 traduz-se para o mundo como o berço da contracultura, de um novo arcabouço de princípios, onde os valores do nacionaldesenvolvimentismo são severamente questionados. Movimentos de libertação nacional, de resistência, pacifistas, naturalistas, de consumidores, de direitos humanos, de gênero e o ambientalista, colocam na pauta universal, entre outros, os temas da injustiça social, da concentração econômica, da discriminação, da corrupção e da deterioração ambiental. Nas décadas subseqüentes, paralelamente à ascensão dos regimes democráticos em diversos países e ao aumento vertiginoso do número de organizações não governamentais, sindicatos, movimentos populares, o movimento ambientalista se organiza e seu discurso, embasado nas novas descobertas científicas, mobiliza a sociedade civil,