Professor
CIÊNCIA
O aquecimento global é tão grave?
É. Mas, para desespero dos cientistas, cada vez mais céticos questionam se há tamanho motivo para pânico
ALEXANDRE MANSUR
| GELEIRA DO ÁRTICO
O derretimento do gelo no Pólo Norte pode acabar com o habitat dos ursos-polares e alterar as correntes marinhas |
O aquecimento global é a mais moderna versão do apocalipse. Se for verdade o que dizem os pesquisadores e ambientalistas e se nada for feito para deter o fenômeno, a Terra vai esquentar tanto que, até 2100, furacões devastarão cidades inteiras, o fogo consumirá a Amazônia e o mar engolirá Ipanema.
Nos primeiros meses deste ano, os cientistas apresentaram sinais preocupantes. Em janeiro, um grupo da Nasa concluiu que 2005 foi o ano mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, batendo o recorde de 1998. No mês seguinte, outra equipe da Nasa e da Universidade de Kansas revelou que o volume de gelo que escapa das geleiras da Groenlândia mais que dobrou na última década. Em março, o Serviço Florestal Canadense afirmou que um besouro até então restrito a climas mais quentes está dizimando os pinheiros da costa do Pacífico.
Os cientistas dizem que o aquecimento da Terra é causado pelo homem. É fruto da combustão de derivados de petróleo e das queimadas. Clamam por ações mais práticas de governos e empresas para reduzir a emissão de substâncias como gás carbônico ou metano, que aprisionam o calor do sol na atmosfera terrestre. O tom de alerta foi dado na reportagem de capa da revista Time há duas semanas: "Fique preocupado. Fique muito preocupado".
Será que há mesmo motivo para tamanha preocupação? O alarido criado em torno do aquecimento global tem sido tão grande que é cada vez mais freqüente outro tipo de reação: a cética. Um grupo de cientistas, políticos, economistas, lobistas de petróleo e até mesmo o escritor de ficção científica Michael Crichton - autor de Parque dos Dinossauros e O Enigma de Andrômeda -