Professor
André Amaral de Toral evidencia os jornais paraguaios, numa tentativa de menosprezo, como os precursores responsáveis pelos boatos de que o exército brasileiro era formado por integralmente por escravos. Os ideólogos Lopiztas consideravam o exército brasileiro (de alta a baixa patente) como sendo composto exclusivamente por macacos. No entanto os exércitos paraguaios, uruguaios e brasileiros eram compostos por negros (ex-escravos ou não). André Amaral se desvincula das nacionalidades, e se foca na questão do escravo/ex-escravo na participação da guerra, para melhor avaliar a participação negra.
Como matar a los negros
“matem a esos diablos de macacos!”; "Así se cazam los negros"; "Fuego a los negros"; "Como matar a los negros"; "Ejercito macacuno jugando Carnaval" foram algumas das frases célebres proferidas por Solano López, e mostra um pouco da ideologia paraguaia. O negro era visto como o inimigo, e segundo sua propaganda, macacos que escravizariam os paraguaios, levando-os da liberdade à escravidão.
Escravos no Exército Paraguaio Tirando por esse contexto, pressupõe-se-ia que no Paraguai da época não existiriam negros nem escravos, muito menos em seu exército. Sendo que André Amaral nos mostra justamente o contrário. A abolição ainda não havia ocorrido.
(Na foto, oito prisioneiros paraguaios capturados pelo exército brasileiro. No canto direito, um negro com o gorro de couro, utilizado pelos soldados paraguaios)
O recrutamento sistemático de escravos no Paraguai inicia-se em setembro de 1865, logo após o início da guerra, para preencher as baixas de feridos e de epidemias que assolaram o exército. As autoridades paraguaias fizeram convocações aos proprietários de escravos para que os mesmo fizessem ‘doações voluntárias’. Era oferecida uma indenização, entretanto, nenhum proprietário a reclamava. No arquivo Nacional em Assunção, encontram-se algumas dessas cartas de convocação. Os