Professor
Muita gente não gosta de se exercitar. E não é à toa!
De modo simples e primitivo, tudo o que acontece em nosso corpo enquanto estamos em uma corrida, uma aula de bike indoor, uma sessão de musculação ou outra atividade física programada, coloca sempre nosso corpo em risco. Perturba o equilíbrio metabólico e estrutural. Cria uma sensação desagradável para a maioria das pessoas.
Atualmente, necessidades básicas de segurança estão garantidas pelo teto da casa, não precisamos fugir de predadores.
Nossa alimentação está garantida pela geladeira e despensa cheias de comida, portanto não precisamos correr para caçar.
Outras fontes de prazer e diversão como televisão, videogames e internet acabam nos confinando a situações cada vez mais hipocinéticas.
O resultado é que nos acostumamos a ter prazer no sedentarismo. Quando selecionamos em nossa mente atividades prazerosas que gostaríamos de realizar durante o dia, para muitos de nós fazer exercício físico está longe do “top ten”.
A gente bem que tenta disfarçar essa realidade. Faz propaganda com gente muito bonita, sarada e feliz, aumenta o volume das músicas, grita no palco, inventa nomes diferentes para as aulas e para os aparelhos e até cria programas de treino específicos para períodos do ano. Vendemos isso como se, para todo mundo, fazer ginástica fosse tão gostoso quanto visitar um parque de diversões.
O fato é que não adianta “passar batom no porco” porque exercício físico implica obrigatoriamente em contração e relaxamento muscular voluntários. Como reza a fisiologia, isso é gastar energia, sair da preguiça e perturbar o equilíbrio gostoso que levamos eras para conquistar.
Damos sentido para a vida quando fazemos muito do que gostamos e muito pouca gente nasce realmente programada para gostar de se exercitar. Arrisco afirmar que muita gente vai passar pela vida inteira sem realmente desenvolver o gosto pela malhação, mesmo que tenha dedicado milhares de horas da vida se