Professor libertador x professor
Professor libertador X professor conservador
Escrever sobre este tema é muito instigante, principalmente quando se tem uma origem extremamente conservadora, uma criação e um histórico escolar totalmente tradicional. Quais seriam a visão e a expectativa de um professor libertador com a formação tradicionalíssima? Em que se basear? Quais seriam os referenciais e o que esperar de seus alunos? Para um dos maiores se não o maior pensador educacional brasileiro, mudar é difícil, mas é possível, para Paulo Freire, a mudança do modelo educacional tradicional requererá esforço, dedicação, abdicação e acima de qualquer coisa a quebra de paradigmas. Com uma visão próxima a de Freire o francês Michel Foucault desenvolveu critérios de questionamentos e críticas ao modelo escolar, à razão, ao método científico e até mesmo a noção de homem, que para ele não são eternas, mas vinculadas a sistemas circunscritos historicamente. Para Foucault, não há universalidade nem unidade nessas categorias e também não existe uma evolução histórica linear. O peso das circunstâncias não significa, no entanto, que o pensador identificasse mecanismos que determinam o curso dos fatos e os acontecimentos, como o positivismo e o marxismo. O que fazer? Como mudar? Como libertar das gaiolas?
Estamos envolvidos o tempo todo na discussão de problemas sociais, que estão aí explícitos, a falta de estrutura nas escolas, o problema familiar de nossos alunos, a falta de boa remuneração para professores, desvios de verba etc. E quanto ao problema sociológico que está implícito, por traz das fachadas de uma sociedade que se deixa levar muito facilmente, porque não se sente parte da história, por achar que não tem uma biografia e logo, não participa ativamente dos processos de mudanças, uma sociedade pacífica, que não é agente de mudança. Não podemos falar aqui de alguns baderneiros que vão para as ruas depredarem patrimônios públicos, estes não são agentes de mudança.
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