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SOCIEDADE, TECNOLOGIA E CIÊNCIA
As desigualdades de género na realização de tarefas domésticas
Os trabalhos domésticos sempre foram uma tarefa complexa para o agregado familiar embora isso não signifique que tais responsabilidades sejam compartilhadas de forma igualitária entre os diferentes membros. Diversas pesquisas demonstram que as mulheres tendem a envolver-se mais do que os homens nas tarefas do dia-a-dia.
Observa-se, no entanto, um número crescente de homens que partilham com a mulher ou até mesmo assumem as tarefas domésticas e a responsabilidade de educar os filhos, procurando adequarem-se às exigências da sociedade actual.
Essas situações parecem reflectir aspectos do processo histórico que se sucedeu no decorrer do século XX acarretando transformações no exercício das tarefas domésticas e educativas nas famílias.
Durante a década de 1930 até meados da década de 1980, as tarefas domésticas eram, geralmente, desempenhadas com base na tradicional divisão de papéis segundo o género. A partir da década de 1980, ocorreram transformações mais consistentes, embora ainda bastantes marcadas por modelos tradicionais. Importantes fenómenos e movimentos sociais, tais como, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e sua maior participação no sistema financeiro familiar acabaram por imprimir um novo perfil à família.
A estrutura familiar tradicional, com o homem como único “ganha-pão” e a mulher como única responsável pelas tarefas domésticas está a cair em desuso. Actualmente, em muitas famílias já se percebe uma relativa divisão de tarefas, na qual homens e mulheres compartilham aspectos referentes à organização do dia-a-dia da família. Porém, essas mudanças parecem não estar a ocorrer com a mesma frequência e intensidade em todas as famílias.
O que encontramos hoje em dia são famílias com diferentes configurações e estruturas, o que tem implicações directas na vida doméstica.