Produção empurrada
Ainda que o impacto do Tipo de Produção nos principais indicadores de desempenho da indústria seja extremamente bem documentado há pelo menos algumas décadas (Womack, et al. 1992), de modo geral é escassa a análise do impacto dessas decisões no varejo. A Produção Empurrada corresponde à antecipação no tempo da demanda futura a partir de programações feitas com base em previsões de vendas (Bowersox e Closs, 1996). Representada pelo MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais), a Produção Empurrada é o Tipo de Produção que mais tem sido implantado nas indústrias ao redor do mundo (Corrêa e Gianesi, 1994). Segundo Wemmerlov (1984) e Inman (1999), a Produção Empurrada tende a implicar maiores níveis de estoque na indústria que a Produção Puxada, freqüentemente associada ao JIT (Just in Time) e à reação à demanda. Maiores estoques implicam, conseqüentemente, maiores níveis de serviço ao cliente e maior capacidade para lidar com variações inesperadas da demanda (Landvater, 1997). A Produção Puxada, por definição, necessita de um consumo estável ao longo do tempo para que não haja interrupção das operações e falta de produto acabado em estoque na indústria (Corrêa e Gianesi, 1994).
É razoável inferir que o impacto no varejo do Tipo de Produção da indústria estaria, sobretudo, associado à maior confiabilidade do ressuprimento entre indústria e varejo. Na indústria, maiores níveis de estoques decorrentes da Produção Empurrada assegurariam essa confiabilidade, permitindo ao varejo oferecer maiores níveis de serviço com menores níveis de estoque, comparativamente ao caso da Produção Puxada. Nesse último caso, maiores níveis de estoque seriam necessários no varejo face às eventuais irregularidades do fornecimento na indústria, comprometendo os níveis de serviço ao consumidor