Produção de Xilanase
RESUMO
Neste trabalho foi avaliada a produção de xilanases por Aspergillus casielus, utilizando diversas fontes de carbono (resíduo ou bagaço de cevada, bagaço de cana, casca de amendoim, resíduo fibroso da mandioca, germe de trigo, bagaço de milho verde e casca de laranja). Dentre as fontes de carbono testadas na produção de xilanase pelo fungo A. casielus em condições de fermentação semissólida, os melhores indutores foram o bagaço de cevada seguido pela casca de amendoim com atividade especifica de 9,22 U/mg de proteína e 4,55 U/mg, respectivamente. Obteve-se produção máxima de xilanase livre de celulase no 3º dia (72 horas) com atividade específica de 7,88 U/mg proteína. O pH ótimo e a temperatura ótima de atividade xilanásica foram 6,5 e 50ºC, respectivamente. A estabilidade térmica da xilanase na temperatura de 45ºC mostrou-se praticamente constante, com perda de apenas 18% da atividade xilanolítica inicial em 90 minutos de reação. No entanto, nas temperaturas de 50ºC e 55ºC a enzima mostrou meia-vida de 50 e 17 minutos, respectivamente. Na análise dos produtos de hidrólise do xilano pela xilanase produzida por A. casielus verificou-se a formação de vários xilooligossacarídeos (xilose, xilobiose, xilotriose) indicando a ação de provável endoxilanase.
INTRODUÇÃO
A indústria brasileira de cerveja gera grandes quantidades de resíduos sólidos (bagaço de cevada), resultantes dos processos efetuados. Estima-se que a quantidade de resíduo de cevada produzida anualmente no Brasil deve ser de aproximadamente dois milhões de toneladas e seu único destino tem sido a dieta de ruminantes (CABRAL FILHO, 1999; MELLO e PAWLOWSKY, 2003). Esses resíduos apresentam elevado teor de proteínas e carboidratos podendo ser aproveitados como substrato para produção de enzimas por microrganismos. Entre os diversos resíduos agroindustriais com potencial para uso como substrato em