produção de texto
Leda Verdiani Tfouni
Tfouni, em sua obra “Letramento e alfabetização”, procura explicitar concepções de alfabetização e de letramento e faz um breve histórico da escrita, o que a escrita representa para a sociedade e que ela está sempre ligada às relações de poder e como a escrita pode ser usada como objeto de desenvolvimento social, cognitivo e cultural dos povos.
Para a autora existem dois entendimentos para alfabetização: “um processo de aquisição de habilidades requeridas para a leitura e a escrita." Ela explica que do ponto de vista sociointeracionista, a alfabetização, enquanto processo individual, não se completa nunca, pois a sociedade está em constante mudança. Tfouni mostra uma preocupação com teorias que veem a alfabetização como um processo definido em objetivos de escolarização sem fazer distinções do ponto de vista ideológico. A autora menciona no seu livro Pierre Giroux (1983) para esclarecer a questão acima citada: sobre a escolarização sem ressaltar o ponto de vista ideológico. Faz uma argumentação mencionando que embora a alfabetização tenha voltado a ser um item educacional posto em evidência, o discurso que domina o debate distancia-se de uma análise significativa da questão, representando um processo conservador. O segundo entendimento para a alfabetização é como um processo de representação, em que, segundo Emília Ferreiro, a escrita deveria ser usada como um sistema de representação que evolui historicamente e não somente como um código de transcrição gráfica, devendo assim, respeitar o processo de simbolização.
Segundo a autora, os estudos sobre letramento procuram examinar não somente as pessoas que adquiriram a tecnologia do ler e escrever, portanto alfabetizadas, como também aquelas que não adquiriram essa tecnologia, consideradas “analfabetas”. Afirma Tfouni que existem letramentos de natureza variada, inclusive sem a presença da alfabetização. Para dar conta disso, a autora postulou,