Produção de mudas nativas
Desde o descobrimento do Brasil, os recursos naturais constituem a principal riqueza nacional, tendo sido explorados e, infelizmente, negligenciados ao longo dos últimos séculos. Atualmente, as plantações florestais (exóticas ou nativas) ocupam apenas 0,6% do território brasileiro, atendendo cerca de 30% da demanda nacional de madeira (Gonçalves & Stape, 2002). Em decorrência disto há uma grande pressão sobre os remanescentes florestais do país, restando, na maioria das regiões brasileiras, somente fragmentos florestais, muitos deles em alto grau de antropização. Ressalta-se que nosso patrimônio florestal requer enorme responsabilidade quanto ao manejo e preservação, de maneira a atender às demandas sociais e ambientais (Gonçalves & Benedetti, 2000). Neste sentido, deve-se dar atenção especial à geração de conhecimento técnico e aplicação e difusão de tecnologias. O setor produtivo de essências florestais nativas do Brasil apresenta atraso tecnológico de mais de 30 anos. As pesquisas em tecnologias para produção de espécies exóticas possuem destaque no Brasil e, infelizmente, os produtos florestais nativos somente despertaram interesse na última década.
Atualmente, o destino da produção atende principalmente aos processos de restauração ambiental. Contudo, a geração de tecnologias para o plantio consorciado de espécies, para fins madeireiros ou para sistemas agro florestais, ainda é incipiente. Em decorrência do grande número de espécies de interesse florestal no Brasil e do atraso tecnológico no setor, os parâmetros técnicos ideais para a produção e comercialização das sementes e mudas florestais brasileiras são desconhecidos para a grande maioria das espécies. O destino da produção de sementes e mudas deve ser definido no início do processo produtivo, pois há uma diferença básica nas características das mudas destinadas ao processo de restauração ambiental daquelas cujo destino é o setor produtivo de madeira ou