produção agricola e conservação do bioma na região da campanha
RIO GRANDE DO SUL
Ana Paula Matei1
Eduardo Ernesto Filippi2
Resumo: O Bioma Pampa possui uma grande biodiversidade e abrange a maior parte do
Estado do RS. No entanto, não há uma preocupação em termos de proteção e uso adequado da riqueza do Pampa na definição de planos de desenvolvimento regional.
Além disso, os processos de desenvolvimento regional possuem assimetrias sociais e econômicas, incluindo também problemas de ordem ambiental. Assim, este artigo tem o objetivo de apresentar a importância do bioma pampa e sensibilizar quanto às desigualdades na microrregião litoral Lagunar do RS. Visa também a sugerir a realização de estudos que possam subsidiar a reversão tanto à degradação do bioma pampa, quanto reduzir as desigualdades socioeconômicas e ambientais desta região.
Palavras-chave: bioma pampa, desenvolvimento regional, desigualdades.
1. O Bioma Pampa
As assimetrias em relação ao desenvolvimento econômico e social do Rio
Grande do Sul apresentam-se de modo distinto entre as regiões norte e sul do Estado.
Coincidentemente ou não, o território do RS situa-se em dois biomas distintos: o Mata
Atlântica ao norte, e o Pampa, compreendendo a Metade Sul do Estado. Os campos são a paisagem predominante e ainda determinante na economia, cultura e modo de vida da sociedade gaúcha (BOLDRINI et al., 2010).
O Bioma Pampa integra grande parte do território do Rio Grande do Sul (62,2% do território), parte da Argentina e todo o território do Uruguai (BOLDRINI et al.,
2010). Estas áreas passaram a sofrer mudanças desde a época da colonização, especialmente com as demarcações de fronteiras, com a introdução da pecuária e o estabelecimento da estrutura fundiária de médias e grandes propriedades conhecida até hoje. O Pampa apresenta um papel significativo na conservação da biodiversidade, pois
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Administradora, mestre em Engenharia de Produção, doutoranda em Desenvolvimento Rural - PGDR-
UFRGS. Av.